6 de março de 2011

Mal secreto - Raimundo Correia



Se a cólera que espuma, a dor que mora
n'alma, e destrói cada ilusão que nasce, 
Tudo o que punge, tudo o que devora. 
O coração, no rosto se estampasse.

Se se pudesse o espírito que chora,
ver através da máscara da face,
Quanta gente, que talvez inveja agora. 
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo.
Guarda um atroz, recôndito inimigo.
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez exite,
cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

Nenhum comentário:

Postar um comentário